Diagnóstico precoce pode curar 90% dos casos-As mulheres da faixa etária de 50 a 69 anos devem fazer mamografia uma vez a cada dois anos
O Outubro Rosa acabou, mas a prevenção, não. A campanha, que teve propósito de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, necessita perpetuar o ano inteiro na cabeça das mulheres, para assim estar sempre atenta aos exames de rotina e ao autoexame, a fim de checar alguma alteração. De acordo com o cirurgião oncológico e mastologista Luiz Antonio Guimarães Brondi, responsável pelo setor de Mastologia e titular da disciplina de Ginecologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba, é possível curar este tumor em 90% dos casos, desde que seja feito o diagnóstico precoce. Em conjunto com isso, a área médica de mastologia teve uma enorme evolução nos últimos anos. "Sempre tentamos curar com um tratamento conservador para preservar a integridade do paciente. Se uma mulher nos procurasse há 20, 30 anos, ela não teria tanta opção de tratamento, seria a mastectomia radical, independente do tamanho, estando o cancro no início ou não", afirma o médico. Hoje, é sabido que os tratamentos conservadores levam a um resultado igual ou até melhor do que os tratamentos agressivos, contanto que se faça o diagnóstico no início.
O câncer é um crescimento descontrolado das células, fruto de um erro genético qualquer devido ao nosso próprio organismo e também a algumas influências externas. As células se desenvolvem sem um controle, organização, e há dois tipos de tumores: os benignos, no qual a célula se desenvolve mais lentamente, mas permanecem no local; e o maligno, que tem a possibilidade de invadir os vasos periféricos e assim as células do tumor entram na corrente sanguínea, se instalando em outro local, processo chamado de metástase. "Tentamos fazer o tratamento da fase inicial quando ele está ali, parado. Mas, quando há a metástase, a chance de cura é menor e um tratamento mais complicado, pois necessita tratar o corpo todo, e não local, como seria no princípio", explica Brondi.
As mulheres da faixa etária de 50 a 69 anos devem fazer mamografia uma vez a cada dois anos e, a partir dos 40 anos, já é recomendável realizar o exame. Entretanto, para mulheres de até 35 anos que quiserem checar, é aconselhável o uso de ultrassom porque o tecido mamário é mais denso.
Embora o câncer de mama esteja associado às mulheres, os homens não estão livres desta doença. A cada 100 casos, um é do sexo masculino. A diferença é grande, mas existe. Além disso, para as mulheres, segundo Brondi, a probabilidade de desenvolver o cancro na mama aumenta conforme passa a idade. "Existe uma curva de maior incidência do câncer mamário entre os 40 e 70 anos e, principalmente, na mulher quando ocorrem as mudanças hormonais, como a menopausa. A expectativa de vida aumentou, e com isso aumenta o risco de surgir um câncer", diz o médico.
O cancro do tecido da mama, como qualquer outro, é assintomático no início. As células começam a desenvolver-se até alcançarem alguns milhões. "É difícil ter um diagnóstico no início porque o paciente sentiu dores. O principal sintoma no Brasil é ainda o autoexame, mas o ideal seria fazer mais mamografias e ter o diagnóstico antes da apalpação", frisa Brondi.
Números
Em Sorocaba, surgem 450 a 500 casos de novos casos de cancro de mama por ano, e há a possibilidade de realizar o tratamento na própria cidade. O mastologista conta que existe o local da quimioterapia, radioterapia, profissionais e equipamentos, então não é necessário sair da cidade para realizá-lo. De complemento ao tratamento, a Liga Sorocabana de Combate ao Câncer - entidade sem fins lucrativos - auxilia as pacientes no processo pós-operatório, fornecendo, por exemplo, apoio psicológico, social, doação de prótese mamaria, gorros, perucas, e até reabilitação com um fisioterapeuta.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde, o câncer de mama é o que mais atinge as mulheres, tanto em países desenvolvidos como nos subdesenvolvidos. No último levantamento realizado pelo INCA em 2010 ocorreram no Brasil 12.852 mortes, sendo 147 homens e 12.705 mulheres.
Evolução médica
Algo muito pesquisado hoje é a terapia alvo-dirigida, no qual usa-se drogas específicas para determinado tumor. O estudo anatomopatológico e o estudo imunostoquímico mostram se aquele cancro é sensível a uma droga, agindo como um antibiótico próprio. A única coisa que não acertaram ainda foram os efeitos colaterais, de acordo com o mastologista. Existem casos em que a realização deste procedimento é contraindicado a alguns indivíduos. Por isso, antes de realizá-lo, é necessário fazer exames a fim de verificar alguma alteração cardiológica, alteração sanguínea, queda de glóbulo branco e de plaquetas, por exemplo, para ter conhecimento se será possível este procedimento. Fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/527200/diagnostico-precoce-pode-curar-90-dos-casos
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