segunda-feira, 6 de julho de 2009

HEPATITE

Em todo o mundo, mais de 120 milhões de pessoas têm a hepatite C e 400 milhões têm o vírus da hepatite B, conforme informou o médico infectologista Juvêncio Furtado, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), professor da faculdade de medicina do ABC e chefe do Departamento de Infectologia do Hospital de Heliópolis, na capital. O médico afirma que um estudo feito em São Paulo aponta que 1,5% da população brasileira está infectada com o vírus da hepatite C.

Mas o que é a hepatite? Qual é a diferença entre os tipos de vírus? Como é a evolução da doença e quais suas consequências?

De acordo com Furtado, hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus. Ele afirma que existem sete tipos diferentes de hepatites causadas por vírus, entre elas, as mais comuns são as do tipo A, B e C.

A hepatite do tipo A é autolimitada, isto é, tem um período de doença e cura, e é chamada hepatite da infância, uma vez que, normalmente, atinge crianças e, se tratada adequadamente, não deixa sequelas. A transmissão do tipo A, conforme explica Furtado é fecal/oral, ou seja, por meio de ingestão de água ou alimentos contaminados por coliformes fecais. Para esse tipo de hepatite há vacinas disponíveis na rede pública de saúde.

A hepatite do tipo B é transmitida, essencialmente, pelo sexo através do sêmem e fluidos corporais, e (embora mais raro) também pelo contato com sangue em agulhas e seringas contaminadas. Para esse tipo de vírus já há vacina disponível, inclusive no sistema público de saúde, para pessoas com idades entre 10 e 19 anos. A imunidade é quase total (cerca de 98%) para aqueles que recebem as três doses indicadas.

Já o tipo C desperta ainda mais preocupações das autoridades de saúde, uma vez que os sintomas se manifestam depois de um período de 10 a 20 anos de incubação.

O infectologista Furtado explica: “A pessoa não sabe que tem o vírus, porque não ficou doente”. Geralmente a doença é descoberta ocasionalmente, por acaso, quando vai fazer uma doação ou por meio de um exame feito com outras indicações.

Diferente do vírus do tipo B, a hepatite C tem a maior faixa de transmissão pelo contato sanguíneo e apenas 5% pelo contato sexual. Por conta disso, os profissionais que em seus trabalhos podem ter contato com sangue, como médicos, enfermeiros, dentistas e auxiliares, além dos manicures, podólogos, bodypiercings, tatuadores, depiladores e esteticistas, etc, são considerados grupo de risco. Outra diferença importante: a hepatite do tipo C não tem vacina e cerca de 60% dos infectados vão tornar-se pacientes crônicos.

Cuidados básicos

Lavar as mãos antes das refeições pode parecer um conselho infantil, mas continua valendo para todos. Mãos contaminadas que tocam os alimentos que serão consumidos levam os virus para dentro do organismo. Lembre-se, os virus da hepatite são agressivos e muito resistentes, sobrevivendo fora da corrente sanguínea por dias.

Toalhas, escovas de dentes e outros objetos de uso pessoal não devem ser compartilhados, mas o convívio diário não envolve risco, assim como a partilha de talheres, copos e outros utensílios domésticos. Beijo e abraço não contaminam, mas o sexo sim, por isso o uso do preservativo é indispensável.

Se você é cliente de manicure, tenha seu próprio kit para evitar que os instrumentos sejam usados em outras pessoas e lave-os muito bem depois de usá-los. Já se você for o profissional lembre-se que a esterilização adequada dos alicates, espátulas e outros é uma proteção para você também. A Vigilância Epidemiológica orienta que esse instrumental deve ser lavado com escova e sabão, enxaguado em água corrente e esterilizado em autoclave (por 15 minutos seguidos) ou estufa (a 170 graus por uma hora). ‘Forninhos’ não servem para esterilização. Use sempre luvas, palitos, lixas e toalhas descartáveis.

Os mesmos cuidados devem ser tomados por médicos, dentistas, enfermeiros e auxiliares, podólogos, esteticistas, tatuadores e depiladores.
É bom lembrar ainda que a vacina para hepatite B é gratuita, está no calendário de vacinas das crianças e disponível nos postos de saúde, para pessoas até os 19 anos de idade. Profissionais do chamado grupo de risco também têm direito a dose gratuita.

PARTICIPE DA PALESTRA NA CÂMARA:

No próximo dia 13 de julho, às 17 horas, haverá uma palestra com o Dr. José Amaral Elias, no Plenário da Câmara Municipal de Mairinque, a fim de esclarecer sobre essa doença e contribuir para que a população esteja mais informada. Confira:




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