O Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT,
foi contratado pela Secretaria Estadual de Saneamento para elaborar o projeto
do lixão de Mairinque, interditado em 2008 pela Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, que autuou e indicou multa
diária de 200 UFESP’s e mais a obrigação da Prefeitura recuperar o local. Esse
projeto faz parte dessa “obrigação de fazer” determinada pela Ação Civil
Pública 758/2001.
Anos
atrás, a Prefeitura contratou outras empresas para desenvolverem o projeto que
não foi aprovado pela CETESB, culminando em condenação e multas diárias.
O HISTÓRICO
A prefeitura depositou lixo no
lixão de 1987 a 2008, pagando mensalmente aluguel ao proprietário da área
situada na Estrada Mário Covas, km 4.
Em 1997, após serem tomadas
algumas medidas exigidas pela CETESB, incluindo o fechamento da área para se
evitar a presença de catadores, o lixão obteve uma classificação, que passou a
ser de Lixão Controlado. Nos meses e anos que se seguiram a situação do lixão
retrocedeu até a interdição definitiva, ocorrida em 2008. Nesse período, além
da poluição do solo, água e ar, havia catadores dentro do lixão conforme registrado
em fotos:
Em 2001, foi instaurada a Ação
Civil Pública e, em 18 de setembro de 2002, a Prefeitura recebeu o Auto de
Infração.
Em 11/03/2003 é dado outro Auto de
Infração - CETESB 065000722 por descarte irregular de líquidos, borras,
resíduos em cava, causando prejuízo à segurança e potencial risco de
contaminação do solo. Mesmo com todas essas multas, a documentação de
encerramento do lixão não foi concluída.
No ano seguinte, em 29/3/2004, o
judiciário convoca uma reunião de
conciliação para se buscar uma solução para o lixão. Estavam o Juiz Michel
Feres, o Promotor Público e representaram a Prefeitura, naquela oportunidade, a
procuradora Alessandra Gemente Lozano, a CETESB, o
Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais – DEPRN. Nessa reunião, a
Prefeitura pediu mais prazo para apresentar projetos de recuperação e conseguiu
mais 180 dias.
Em 17/12/2004, a Prefeitura enviou
ao Judiciário um ofício informando que em 31/12/2004 seriam exonerados seus
representantes por conta das eleições e que no início de 2005 seriam indicados
outros advogados.
Coincidentemente, na mesma data,
17/12/2004 a CETESB apresentava ao Judiciário a avaliação do Projeto que a
Prefeitura havia encaminhado para aprovação – projeto de encerramento e um plano de recuperação ambiental do lixão,
o qual a Cetesb não havia aprovado porque não atendia as solicitações exigidas.
Somente oito meses depois novos
advogados foram indicados, em 1/8/2005 - Dr. Marcelo Picolo Fusaro e
Dra.Marilda de Fátima Lippi Severino. Nesse mesmo período, a Prefeitura
solicitou mais prazo para que a empresa que elaborou o projeto fizesse as
retificações e conseguiu mais 30 dias. O projeto retificado não foi aprovado devido
a inúmeras irregularidades. A partir daí, o Judiciário sugere multa por
litigância de má fé.
MULTAS DIÁRIAS FORAM APLICADAS
Após
a realização de várias inspeções, a situação persistia e em 10/04/2008 a CETESB
aplica multa (n.06000036) no valor de 200 ufesp’s por dia. Meses depois, nova
licitação é feita pela Prefeitura para contratar empresa para o Projeto de encerramento.
Em 4/11/2008 é feita a interdição
definitiva e a Prefeitura é novamente autuada. Depois da interdição do lixão, o
lixo começou a ser enviado para aterro certificado de Itapevi situação que se
mantém até hoje.
Entre 2007 e 2008, a empresa
Resiconsult foi contratada pela Prefeitura
para projeto básico do fechamento do lixão e modelagem de sistema de limpeza
pública e elementos técnicos para elaboração de licitação pelo valor de
R$32.500,00. Em 24/9/2007, a empresa informou à Prefeitura que não havia
condições de concluir o trabalho e pediu liberação de uma parcela.
DÉIA VAI APRESENTOU REQUERIMENTO PARA SABER DO CASO
Diante dessa situação, prejuízos
ambientais e financeiros foram causados ao município. Se fosse para contabilizar hoje, a multa diária
seria de 200 ufesp’s, sendo cada ufesp R$20,14, totalizando R$ 4.028,00 por dia.
Temos
acompanhado os encaminhamentos da Prefeitura a partir de 2013 para que um
projeto de encerramento e recuperação do lixão seja elaborado de forma que
atenda todas as exigências da CETESB e evitar mais prejuízos.
Requeri à Prefeitura as
seguintes questões:
- Como
foi resolvida a situação das multas aplicadas pela CETESB? Informar se houve
pagamentos.
- Como
está o andamento da Ação Civil Pública 758/2001?
- Quanto
custará o projeto contratado junto ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas
- IPT?
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