Qualquer semelhança pode ser mera coincidência
Entre família
Desde julho de 2009, a Assembleia Legislativa publica todo mês na internet informações detalhadas sobre o uso feito pelos deputados estaduais desses recursos, incluindo o valor de cada pagamento, os beneficiários e a natureza das despesas.
Pedro Tobias (PSDB), um dos três deputados que repassaram dinheiro para parentes, transferiu R$ 27 mil do seu gabinete para três sobrinhos, de acordo com os registros da Assembleia Legislativa. Cada sobrinho recebeu R$ 1.000 por mês.
Segundo o deputado, seus sobrinhos são proprietários de uma casa em que ele manteve até recentemente um escritório político em Bauru, a 329 quilômetros da capital.
Tobias diz que pagou aluguel aos sobrinhos durante mais de dois anos, até mudar de escritório no ano passado.
Favorito para presidir a seção paulista do PSDB a partir de abril, Tobias foi reeleito com 198 mil votos na campanha do ano passado e assumirá no mês que vem seu quarto mandato na Assembleia Legislativa.
O deputado Roberto Massafera (PSDB), reeleito com 81 mil votos e com base eleitoral em Araraquara, a 273 quilômetros da capital, pagou mensalmente R$ 1.650 à Lacon Engenharia, empresa que pertence a seu irmão Carlos Eduardo.
Massafera usou um imóvel da Lacon para montar um escritório que funcionou na cidade durante um ano.
Ele diz ter decidido mudar de endereço quando seus adversários na política local começaram a espalhar a informação de que ele usava o imóvel do irmão como escritório político.
Eli Corrêa Filho (DEM), que cumpriu três mandatos na Assembleia e acaba de assumir seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, pagou R$ 4.650 por mês ao sogro, o empresário Francisco Assis de Almeida, para manter seu escritório político em Guarulhos.
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